Em virtude da solicitação dos proprietários de áreas no
interior do Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas (RVS-CP) que
trabalham com pecuária extensiva (tradicional), desde 2010 estão sendo
realizadas tratativas com a sede do ICMBio em Brasília para que a renovação de
pastagem através da queima dos campos naturais possa ser continuada até que se
tenha uma alternativa viável.
Em 2011 a equipe de gestão do RVS-CP conseguiu junto à
Coordenação de Proteção do ICMBio um prazo de 07 anos para que os proprietários
adequassem o manejo das atividades pecuárias de forma a não necessitar mais do
uso do fogo. Até então as queimadas controladas eram autorizadas diretamente
pelo gestor desta Unidade de Conservação (UC).
Entretanto a aprovação do novo Código Florestal (Lei 12.651
de 25/05/2012) impede a emissão deste tipo de autorização no RVS-CP. Conforme o
Capítulo 9, Art. 38, Inciso II do novo código florestal – Da Proibição do Uso do Fogo e do Controle
dos Incêndios - é permitido o “emprego
da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o
respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor
da Unidade de Conservação, visando ao
manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características
ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo”.
Desta forma, desde a publicação do novo Código Florestal em
maio de 2012, está suspensa a emissão
de autorizações para queima controlada pela equipe de gestão do RVS-CP /ICMBio
até que seja publicado o Plano de Manejo da UC, o qual discutirá a
questão do fogo na região.
Além disso, o Conselho Consultivo do RVS-CP, através de uma
Câmara Técnica composta por pecuaristas com propriedades no interior da UC,
pesquisadores e conselheiros, vem trabalhando na discussão da questão do uso do
fogo e na busca por alternativas para os pecuaristas. No dia 11/07/2012 foi
realizada a primeira reunião presencial da Câmara Técnica na sede do ICMBio em
Palmas/PR e foram definidas algumas ações, sendo o principal encaminhamento a
elaboração e execução de um projeto para identificação e implantação de medidas
para melhoramento de pastagens como alternativa ao uso do fogo e aumento da
produtividade do rebanho e capacidade de suporte dos campos naturais.